Fiquei impressionada
com a leveza da narrativa, apesar da história tratar de um período horrendo da
história da humanidade...
Bruno é
uma criança cativante e esperta para sua tenra idade.
“
‘Fazendo minhas malas?’ , ele perguntou, repassando rapidamente os eventos dos
último dias para avaliar se fora um mal menino ou se dissera em voz alta as
palavras que ele sabia não poder dizer e, por isso, estava sendo mandado
embora.”
“
‘Mãe’, ele insistiu. ‘O que está havendo? Estamos de mudança?’ ”
(Página 10)
Bruno se
vê obrigado abandonar a casa em Berlim que ele tanto ama e vive a “explorar”, e
mudar-se para Haja-Vista, onde fica muito descontente.
“
‘ Acho que isto foi uma má ideia’, disse Bruno algumas horas depois de terem chegado, enquanto Maria estava
desfazendo suas malas no andar de cima.”
(Página 20)
Mas um
dia algo lhe desperta a curiosidade.
“Bruno
pôs o rosto junto ao vidro e olhou o que estava do lado de fora, e desta vez,
quando seus olhos se arregalaram e a boca fez o formato de um O, as mãos
ficaram bem juntas ao corpo, porque havia algo que o fez se sentir muito
inseguro e com frio.”
(Página 25)
A
vontade de explorar, saber o que tem do outro lado da cerca, o levou a conhecer
Shmuel, um garoto judeu que se tornou seu amigo, fazendo-o gostar daquele lugar.
Porém,
um belo dia Bruno recebe o aviso que voltará para Berlim.
Para se
despedir de Shmuel resolve partilhar de uma aventura com ele.
O
desfecho da história é emocionante e penetrante. Nos faz pensar sobre a dor da
perda.
“‘Você
é meu melhor amigo, Shmuel’, disse ele. ‘Meu melhor amigo para a vida toda.’”
“...neste
instante ouviu-se o alto ruído de todos os que haviam marchado para dentro
engolindo em seco, enquanto a porta da frente foi subitamente trancada e um
forte barulho metálico ecoou vindo de fora”
(Página 184)
Assim
como a família de Bruno sentiu dor, os muitos judeus e judias também sentiram.
Terminei
a leitura com uma pergunta em mente, e ainda não consegui responde-la:
Por que
causar dor e perdas?
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